O que é? Para que serve?


A idéia desse blog surgiu quando voltei da viagem ao deserto do Atacama, em Janeiro de 2011. Desde o fim de 2009 fiz postagens no cdfmoto.blogspot.com, criado e utilizado pela Ju e Toni. Como as nossas postagens começaram a ficar 'embaralhadas', optei por compilar os meus também para cá e, quem sabe começar a acrescentar algo mais...

Para que serve? Além de ser um depósito para os meus escritos, a intenção é que sirva para mais alguém curtir e até como fonte de informação para quem for viajar por esses caminhos. De moto ou não.

Ushuaia e Carretera Austral (Chile) - Dezembro 2013/Janeiro 2014

De novo até Ushuaia

Depois de ficar no estaleiro por mais de 6 meses, pude voltar a andar de moto. Vou, junto com o Bruno Ferraro, fazer de novo o trajeto até Ushuaia. Desta vez, na volta, penso em atravessar para o Chile bem ao Sul e subir, pelo menos, até onde conheci no começo de 2010 (Osorno). Temos até 25/01 para voltar. Por enquanto, só temos definidas as datas de saída (26/12) e as estadias em El Calafate (05 a 07/01) e Ushuaia (08 a 12/01).



26/12/13 - De Londrina até Tubarão/SC – 800 km

Saímos 7:45 hs., com tempo bom e fresco.


De cara notei que o trânsito ia ser bem maior do que previ, só não imaginei o quanto.... Parece que todo mundo resolveu ir para a estrada no mesmo dia e horário... e não frear, enchendo a traseira do(s) carro(s) à frente... Nunca vi tanta colisão traseira!! Em Ponta Grossa, numa lombada eletrônica, um caminhão deve ter ficado sem freios e acertou todo mundo à frente. Entre carros e caminhões uns 12 ou 15. A estrada ficou fechada um tempão. Só conseguimos passar por estarmos de moto, e ainda assim por cima dos pedaços dos veículos batidos. Em vários momentos andamos dezenas de quilômetros (sem exagero) passando entre os veículos parados. No contorno de Curitiba e entre Itajaí e Camboriú foi assim.
Viajar é legal. Viajar de moto é MUITO legal! Entre as coisas boas está conhecer outros adeptos. Hoje foi o Gleyner Luiz, Eng. Eletricista que está rodando de moto desde João Pessoa!!! Ele andou conosco um bom trecho, até logo depois de Florianópolis.


Além das paradas devido ao trânsito, bem de vez em quando fazíamos uma parada para fotos, como essa do por do sol em Laguna.



Depois de 13 horas chegamos ao hotel Acomodare, em Tubarão. Apesar de estar no centro, é bem difícil de achar e chegar, estacionamento um pouco afastado, reservei (booking.com) por um preço e na hora era outro... Não recomendo. Comemos um contra-filé  no Caçula, e esse eu recomendo. Já o chopp não estava bem gelado, e ainda por cima era Brahma...

Saímos de Tubarão 9 hs, muito, muito tarde para quem vai pegar estrada de moto... O café da manhã do hotel até que foi bonzinho, mas o melhor foi a vista do rio.


Subimos a Serra do Rio do Rastro, onde o Bruno pode se encantar com a beleza do lugar.




Fomos então até São Joaquim, e de lá por terra até São José dos Ausentes, já no RS, para o Bruno dar uma treinada em pilotar no cascalho (parecido com o que andaremos para chegar em Ushuaia) e também apreciar o visual do trecho.




Como já disse, uma das coisas legais de viajar de moto é conhecer pessoas. Hoje foi o Marcelo, de Lages/SC, que está andando de bicicleta pelas Serras Catarinense e Gaúcha.


Tocamos por Canela e Gramado (onde a chuva nos pegou e, portanto, paramos com as fotos) até Porto Alegre, onde chegamos as 9 da noite... muito, muito tarde. Ficamos no hotel Açores, no centro. Por coincidência o mesmo que fiquei quando meu grande amigo e guru Josué Marques Pacheco faleceu. Naquela época o hotel já era ruim. Agora está uma bosta, não recomendo. Esse booking.com está me daspontando... O Betinho, meu primo, fez questão de passar para nos dar um abraço.

28/12/13 - De Porto Alegre/RS até Castillos/Uruguai – 600 km, 1.920 desde Londrina

Saímos de Porto Alegre as 8:30 hs. Estamos melhorando... Daqui para frente, por uns 4.000 km, serão retas planas.


A ideia era tocar até Chuí, e assim fizemos, num calor medonho. Hoje uma chuvinha não seria mal... mas não rolou. Não estamos usando jaqueta, só camisetas. Por isso o Bruno se protegia com outra camiseta amarrada na cabeça, para evitar queimaduras. 
Fomos numa tocada só até Pelotas, na metade do caminho. No caminho está a reserva do Taim.


Depois tocamos até perto de Chuí, onde paramos para abastecer. E aí conhecemos a Katarzyna e o Dwa, casal de poloneses que estão viajando com duas motos chinesas, compradas na Argentina... Que dó... Já quebrou de tudo nas motos deles... Como era muito caro trazer as deles da Polônia (BMWs), preferiram comprá-las por aqui. Bad idea!


Como a viagem rendeu bem e chegamos cedo em Chuí, tivemos a brilhante ideia de atravessar para o Uruguai e ir até Montevidéu. Nós e outros milhares de brasileiros... 'Nunca antes na história desse país' se viu tanta gente querendo atravessar ao mesmo tempo. O Uruguai fez tanta propaganda do seus predicados turísticos, que os brasileiros decidiram ir para lá em peso. E ao mesmo tempo!  O pessoal da fronteira não estava esperando. Diziam isso a todo momento.


Foram três e horas e meia. Meu recorde. O anterior era de uma hora e meia. Com isso os planos de dormir em Montevidéu foram por água a baixo. E aonde ficar então? Já tinha dado uma olhada no booking.com e não havia nada disponível por perto (punta del diablo, ..., etc.). Arriscamos tocar até onde desse. Essa foto aí abaixo é de num trecho da rodovia que vira pista de aterrissagem de emergência para aviões, OVNIs, etc. 


Perto das nove da noite olhei no Gps e vi que havia um hotelzinho em Castillo. Entramos para dar uma olhada e por lá ficamos. 110 reais, com ar condicionado, tv, garagem, café da manhã e até direito de usar o varal para as nossas lavagens de roupa. Ao lado tinha um restaurante onde pensei em me acabar num asado de tira. Mas fui convencido pelo Bruno a dividir uma pizza, já que ele estava com desejo. Infeliz ideia. Pizza com massa pronta de padaria. Um horror. Pelo menos as cervejas foram boas.



29/12/13 - De Castillos hasta Colonia Del Sacramento/Uruguai – 465 km, 2.385 desde Londrina

Novamente não conseguimos sair cedo como gostaríamos (eu, pelo menos), mas o trecho não era dos maiores e nem havia necessidade de chegar tão cedo. 


Passamos por dentro de Punta Del Leste, para a tradicional foto em frente à Los Dedos.


A Maria Isabel, minha colega de trabalho, está numa praia lá perto, então demos uma passadinha para dar um oi e, quem sabe, filar um asado de tira, mas não demos suerte. Não havia ninguém em casa, deviam estar na praia. Ainda não foi dessa vez.


Passamos também por dentro de Montevidéu, para o Bruno conhecer.


O calor estava infernal. 37 oC com sensação térmica de 40. Um pouco antes de Colonia paramos para tomar água e ficar um pouco na sombra, em frente a uma escola rural. Dêem uma olhada como são bonitinhas as escolas rurais daqui. A educação deve ser tão boa quanto, né?


Uns 10 km antes da entrada da cidade, e até lá, há palmeiras dos dois lados da pista.



Ficamos no hotel Beltran (300 reais, muito bom mas faltou uma piscina) e , como chegamos cedo (antes das 5 da tarde), fomos atrás das passagens do Buquebus (barco) para Buenos Aires. 292 reais por cabeça, incluindo a moto. Como tínhamos tempo sobrando, fomos andar na cidade e daí deixei o Bruno fotografar a vontade... Para quem gosta de fotografia, Colonia é um paraíso!




E, finalmente, pude comer uma parrillada, com asado de tira...


30/12/13 - De Colonia hasta Tres Arroyos/Argentina – 555 km (55 de Barco), 2.940 desde Londrina

O barco saiu de Colonia 10:45 e chega no mesmo horário em Buenos Aires (uma hora a menos). Havia outra moto e por muita coincidência, era do Pablo (Argentino radicado em São Paulo). O Eduardo Ralisch havia me falado que ele e o Adão (www.adaometais.com.br) iriam fazer a carretera austral e que poderíamos nos encontrar no caminho. O Adão não pode vir, mas o Pablo tocou sozinho. Aproveitei para pegar umas ótimas dicas sobre a volta.



 Trocamos alguns dólares por pesos em Buenos Aires, num trânsito parado e com calor terrível, e tocamos em direção à Bahía Blanca, mesmo sabendo que provavelmente não iríamos até lá (mais de 600 km). Esqueci de passar protetor solar nas mãos (não estou usando luvas) e, quando percebi, já estavam torradas.



No meio do caminho desabou um temporal atrás de nós, mas conseguimos andar na frente e não precisamos colocar as capas de chuva.



Em Azul, fomos até ‘La Posta de Viajero em moto’, tradicional point de motociclistas que passam por essas rutas, mas aparentemente não havia ninguém lá.


No caminho, disse ao Bruno que se ele quisesse parar para fazer umas fotos, teríamos tempo. Sabe onde ele quis fotografar? Num cemitério!!! Eu, hein? Fiquei na porta esperando por ele.


Tocamos até Tres Arroyos, onde paramos para dormir no hotel La Catalana (300 pesos, uns 90 reais) e pudemos tomar a primeira Quilmes e comer o primeiro bife de chourizo.

31/12/13 - De Tres Arroyos hasta General Conesa – 510 km (mais uns, pelo menos 100 km de vai-e-volta), 3.450 desde Londrina –Último dia do ano – E QUE DIA!!!

Eita 2013... ano tão ‘intenso’, para dizer o mínimo, só podia acabar assim. Saímos 9 e meia de Tres Arroyos, depois de trocar mais uns dólares. Já na estrada dava para perceber que a paisagem seria a mesma anterior: campo plano e retas.


Quando paramos para abastecer em Bahía Blanca, fui colocar a minha jaqueta, já que o calorão deu lugar a uma brisa fresca, e...cadê? Saiu voando em algum lugar da estrada... Toca entrar na cidade e achar uma loja para comprar outra. Até que dei sorte por ser o último dia do ano.


Na saída da cidade o vento já deu as caras, mas de maneira suave. Bom treino para o Bruno. Logo entramos na Patagônia, apesar de eu estar estranhando um pouco a estrada. 


Quando o GPS me mandou virar a esquerda num cruzamento, parei para ver o mapa e percebi que não estava andando na ruta 3, e sim na 22. Bom, como mandava o GPS, pegamos então a 251, com 120 km entre o nada e o lugar nenhum.


Faltando 40 km para chegar em General Conesa (onde acabamos tendo que dormir), o pneu traseiro da moto do Bruno furou. Tentamos consertar, encher com reparador de pneus, mas não deu certo. Desmontamos e eu trouxe até a cidade para consertar (onde um borracheiro veio reabrir a ‘gomeria’) e levei de volta.


Montamos e viemos até aqui, onde os dois hotéis melhorzinhos estavam fechados. Ficamos no único aberto. A nossa ceia foi empanadas e Quilmes, no bar da rodoviária.



01/01/14 - De General Conesa hasta Trelew - 405 km, 3.855 desde Londrina.

Sem nada de café da manhã no hotel (devido ao feriado), abastecemos as moto se a pança num posto ainda na cidade. Aproveitamos para comprar mais um tubo de reparador instantâneo de pneus. Ontem não funcionou, mas se tivéssemos colocado e rodado logo em seguida com a moto, talvez funcionasse... Espero não ter que descobrir isso.

Ontem, ao levar o pneu do Bruno para consertar, vi uma capelinha dedicada ao Gauchito Gil (https://pt.wikipedia.org/wiki/Gauchito_Gil), santo pagão argentino e venerado nas rutas. Disse para mim mesmo: se achar um borracheiro aberto e sairmos dessa, vou depositar uma garrafa de água para ele. Não sei porque, mas é isso que fazem aqui. Assim que saímos da cidade, paramos para pagar a promessa. 


O trajeto não tem nada muito de diferente, plano e retas, mas o vento sempre se fazendo presente e a temperatura caindo.



A tarde o tempo foi fechando e vimos várias chuvas que não chegavam ao chão.


Mas, entrando na cidade, uma chegou ao solo, conosco embaixo. Nem paramos para por capa, pois estávamos quase dentro da cidade. Andamos um monte atrás de um hotel bom e barato, mas o melhorzinho foi o City, por 350 pesos (uns 100 reais). Tentamos achar algo para comer, mas com tudo fechado na cidade acabamos num bar/café/restaurante perto do hotel. Um contra-filé (se é que era...) duro e 'nervoso', a parmegiana com um ovo em cima e batatas fritas. E um vinhozinho para saudar o frio.

02/01/14 - De Trelew hasta Caleta Olivia - 455 km, 4.310 desde Londrina

Saída: mais de 9 e meia da manhã.... tá difícil sair da cama...
Abastecemos e fomos motovelejar, já esperado, mas não imaginávamos o frio. Saímos com toda a roupa, forros, etc., achando que iríamos até passar calor. Na primeira parada aproveitamos para vestir capuz, luvas e até as capas de chuva, mesmo antes dela cair, para segurar um pouco mais o vento frio. Vestimos as motos também com o cobre-mão.


Por falar em vento, até hoje foi suave. Estava mais de frente do que de lado, e nem tão intenso. Mas a moto do Bruno aumentou bem o consumo. De 29,5 km/L, quando saímos de Londrina, veio para menos de 20. A minha continua nos 25,5, ou talvez um pouco menos agora. Antes andávamos a 95/100 km/h. Agora 80/85... O vento continua surpreendendo pela pouca intensidade. Já perto de Comodoro Rivadávia demos de cara com uma chuva de granizo, bem fininha. Até parecia neve.


Depois, parados para o Bruno tirar fotos de uns bichos mortos, aí caiu neve mesmo. Pouca, mas caiu.


Entre Comodoro Rivadavia e Caleta Olivia, destino de hoje, paramos para mais umas fotos da deslumbrante paisagem.


Ficamos no hotel Patagonia, na saída da cidade (500 pesos), e jantamos um bife de chorizo decente!

03/01/14 - De Caleta Olivia hasta Comandante Luis Piedrabuena - 465 km, 4.775 desde Londrina

Saímos antes das 8!!!! Aproveitamos o tempo bom e o pouco vento da manhã. Aliás, quase não teve vento hoje também. Quanto teve foi fraco e as vezes até na direção contrária ao esperado. Mas teve frio, muito frio. Segundo o pessoal daqui o tempo está bem atípico para essa época. Frio, chuva, neve, etc. A cada posto que apareceu paramos para abastecer, para evitar falta de combustível. Aqui deve-se agir assim, para não ter problemas. Esse é um dos trechos mais bonitos, pena que durante o dia nublou.



É também onde aparecem muitos guanácos.


Chegamos em Comandante Luis Piedrabuena as 4 e meia da tarde.


Pretendíamos aproveitar para trocar o óleo da moto do Bruno, mas não demos sorte, pois nos lugares possíveis para isso os mecânicos não estavam. Fica para amanhã em Río Gallegos. Estamos no hotel El Alamo, bom e barato (350 pesos, uns 100 reais).

04/01/14 - De Comandante Luis Piedrabuena hasta El Calafate (passando por Río Gallegos) - 545 km, 5.320 desde Londrina

Saímos cedo de novo!!! Há uma estrada, logo abaixo de Comandante Luis Piedrabuena, que corta um bom caminho até El Calafate. Não é asfaltada (estão fazendo isso agora) e tentamos andar por ela há 4 anos mas não deu, pois estava muito ruim. Tomei informações na cidade e todas as recomendações foram para não ir por ela. Então, a solução foi ir até Río Gallegos e entrar na cidade (uns 25 km) para abastecer, já que no trajeto (240 km) não há um só posto. Além disso, precisávamos tentar trocar o óleo da moto do Bruno. Mas, mais uma vez, não deu certo. Estavam fechando para almoço e só reabririam as 4 da tarde. Então tocamos para El Calafate, mais uns 300 km, parando no meio (em Esperanza) para abastecer e pegando uma pequena filinha...


Hoje foi o dia de conhecer pessoas. Primeiro o Jim Walsh, da Irlanda, que andou conosco de Piedrabuena até Río Gallegos. Depois o Volnei e o Fábio (sogro e genro), em duas Harley, de Curitibanos/SC, e ainda o Dárcio e o Francisco, de Americana/SP.



Hoje o vento pegou. De manhã cedinho quase nada, mas chegando em Río Gallegos ele deu as caras. De lá até El Calafate também. Mas, mais do que as chacoalhadas, o pior foi a travada que deu no desempenho da moto do Bruno. Praticamente esquecemos da existência da 5a marcha, andando muitas vezes a pouco mais de 60 km/h. Isso atrasou-nos um monte. No total foram 10 horas de viagem, para andar pouco mais de 500 km. Já perto daqui, paramos para fotos num mirante onde se vê todo o vale onde está a cidade, incluindo o lago Argentino.



Estamos no hotel Lar Aike, muito bom e não tão caro para cá (uns 75 dólares). Só é bem fora do centro... uns 2,5 km. Ficaremos por aqui até 3a-feira, dia 07, quando sairemos em direção à Ushuaia. Até lá.

05 e 06/01/14 - El Calafate - Glaciar Perito Moreno

Para quem não conhece, pode saber um pouco mais sobre o Glaciar Perito Moreno em http://pt.wikipedia.org/wiki/Geleira_Perito_Moreno. Não vou ficar repetindo o que já foi muito dito, só destacar que a paisagem dali é considerada a mais bonita do mundo. No Domingo, depois de pegar a Luiza, Inha e Neli no aeroporto, fomos no parque e passamos a tarde vendo o Glaciar de frente.


Até conseguimos ver alguns pedaços enormes de gelo quebrando e caindo na água. Apesar de termos filmado esse vídeo aí não é nosso, mas do youtube: http://www.youtube.com/watch?v=x5XYxJNKPTk


Na 2a fizemos o mini-trekking, que termina servindo um wisky com gelo de uns 300 a 400 anos....



07/01/14 - De El Calafate hasta Río Grande - 680 km, 6.000 desde Londrina

Saímos lá pelas 9 e meia, depois de levar a Neli, Luiza e Inha no aeroporto e devolver o carro na locadora. Sabia que seria tarde, por causa do vento e do trajeto, mas não teve outro jeito.
Mas o vento, agora sim 'patagonico', mais ajudou (empurrou) do que atrapalhou até Río Gallegos. Mas quando vinha de lado e com força a nossa velocidade caia para menos de 70 km/h. 



Depois de Río Gallegos, onde abastecemos de novo (antes colocamos a gasolina que estava nos galões, pois na fronteira podem implicar se estiverem cheios), o vento veio mais de lado e o ritmo caiu. Na fronteira conjunta até que não perdemos muito tempo (menos de uma hora) e tocamos até a balsa, onde havia uma grande fila e aí sim ficamos quase umas duas horas. Durante a travessia eu e o Bruno nos revezamos para cuidar das motos que balançavam bastante. Quatro outras caíram.





Abastecemos de novo em Cerro Sombrero, antes de começar o rípio, onde fomos extorquidos no câmbio de pesos argentinos para chilenos. Já eram 8 da noite e cometemos a bobagem de tocar em frente. Fomos em direção à Onaisim, pois já há alguns trechos asfaltados, e terminamos de passar a fronteira depois das 10. Estava mais frio do que ventando no rípio. 







E aí cometemos mais outra bobagem que foi andar mais um pouco até Río Grande, onde chegamos lá pela meia noite. Além do perigo de tocar a noite, ainda perde-se o visual do trajeto. Todos os hotéis diziam que estavam lotados, mas estava na cara que não era isso. Não nos queriam por lá, com certeza. Dá a impressão que preferem não atender motociclistas, pois chegam sujos, costumam ser bagunceiros, etc. Portanto, dormir em Río Grande não parecer ser uma boa opção. Acabamos ficando no tipo de uma edícula, nos fundos de uma pousada, por 580 pesos. A janta foi um sanduíche de presunto e queijo, comido na fronteira.
Desculpem as poucas fotos, mas com vento e tempo ruim não está fácil fotografar.

08/01/14 - De Río Grande hasta Ushuaia - 220 km, 6.220 desde Londrina - CHEGAMOS!!!


Acordamos mais tarde, tomamos café, arrumamos as coisas e abastecemos. Lá pelas 11 horas, quando íamos sair, a Inha, Neli e Luiza chegaram de carro, vindas de Ushuaia. Esse trecho é bem bonito, e sugeri à elas que viessem ao nosso encontro. Seguimos juntos de volta, fotografados pela Luiza. Primeiro beirando o oceano.





Depois através de uma floresta e beirando lindos lagos.







Um pouco antes de Ushuaia a chuva nos pegou. 





Mesmo assim deu para apreciar o visual e fazer belas fotos. Aqui ficarmos até dia 12, domingo.





08 a 12/01/14 - Ushuaia - Uns 500 km rodados, mas de carro....

Ficamos no hotel Antartida Argentina (caro e não é grande coisa) de um chinês que, salvo melhor juízo, nos aplicou um golpe de 100 dólares num câmbio. Também alugamos um carro, para andar para lá e para cá. Dessa vez fizemos tudo o que se tem para fazer em Ushuaia no verão.



City tour, passeio de barco para ver leões marinhos, cormorões, pinguins, etc.


Museu do presídio (ou marítimo), Trem do fim do mundo,


Parque Lapataia (DEMAIS!!!),




Glaciar,





E, se alguém aí foi à Ushuaia achando que esteve no local mais austral onde se pode chegar rodando.... sinto muito! Pela ruta J chega-se atá a Estancia Puerto Rancho. São uns 90 km de rípio, saindo da ruta 3 (uns 30 km antes de chegar a Ushuaia). Dica do Pablo, conhecido do Eduardo Ralisch e que encontramos no Buquebus em Colonia, na travessia do Uruguai para a Argentina. Nós estivemos lá e o visual do caminho é muito lindo.






Daqui começaremos a voltar...


12/01/14 - De Ushuaia hasta Punta Arenas, no Chile - 500 km (55 de balsa), 6.720 desde Londrina

Só conseguimos sair depois das 9 da manhã, para variar. Tocamos com pouco vento,



Abastecemos em Río Grande (e foi a sorte, pois o posto de San Sebastian, na fronteira, estava sem gasolina), não perdemos muito tempo nas imigrações e aduanas,


O rípio foi tranquilo, com um pouco de pedras soltas e alguns pequenos sustos somente. Teve até pausa para fotos do Bruno.






Em Porvenir, onde pega-se a balsa para Punta Arenas, 'ganhamos na loteria'. Chegamos um pouco antes da última balsa sair, e outra só na 3a-feira (as 2as não há travessia). Então, quem vier por aí, é bom se informar antes dos horários. A balsa é bem grande e confortável. As motos são presas ao chão e pagamos 20 dólares cada. Conhecemos a Kitty, uma fotógrafa local e 'motoamiga'! Deu-nos boas dicas sobre uma travessia de barco entre Puerto Natales e Puerto Montt. Amanhã vamos ver isso.


Em Punta Arenas,


Assustamo-nos com o preço da gasolina. Uns 25 a 30% mais caro do que no Brasil e mais do que o dobro do que na Patagônia Argentina (onde é subsidiada). Mas o Chile é mesmo muito caro... Ficamos numa hospedaria bem simples, e comemos empanadas compradas num armazém ali perto. Já estavam até fechando, mas gentilmente nos atenderam. Pero, eso es lo que hay para hoy.



13/01/14 - De Punta Arenas (Chile) até Esperanza (Argentina) - 420 km, 7.140 desde Londrina

Só conseguimos sair depois das 9, pois precisamos esperar o marido da dona da hospedaria acordar para abrir a garagem... Ele não queria ser acordado antes das 9. Pode?
Saímos com chove e para, o que nos obrigou a colocar as capas. Foi bom também para segurar um pouco do frio. Mas logo o tempo abriu e pudemos tirar algumas fotos do trecho.





É mesmo bem bonito e vale o tanto que se anda a mais indo por Puerto Natales. Mas o vento... todo mundo disse que nesse trajeto ventava muito. E é mesmo!!


Chegando em Puerto Natales foi onde o vento mais apavorou. Lá fomos ver se dava certo o barco que vai até Puerto Montt, mas só sairia no outro dia e já estava lotado.



Aproveitamos para almoçar e ver algumas vitrines interessantes...




Na saída da cidade o vento chegou a jogar o Bruno fora da pista! Por sorte no acostamento, e na vegetação ao lado (por onde ele entrou uns 20 metros), não haviam pedras nem buracos... Passamos a fronteira (paso Dorotea),



E seguimos por Rio Turbio em direção a Esperanza, para abastecer e tentar chegar em Comandante Luis Piedrabuena, ainda uns 320 km para frente...



Se não estou enganado pudemos ver as Torres Del Paine bem ao fundo...


Nesse  trecho o vento até ajudou, empurrando. Mesmo assim, em Esperanza, já passava 6 da tarde e preferimos não arriscar andar a noite. Há lá um 'hotel'. Não havia água, mas wifi sim. E os bestas aqui aceitaram sem antes ver o quarto... A pior espelunca em que já fiquei. Colchão no chão, roupa de cama usada, etc. Sem água, mas com wifi... só nós mesmo...


E ainda tivemos que ficar aguentando o engraçadinho do dono...


Pelo menos a comida estava maravilhosa.


Dormi (se é que dormi) de roupa, deitado por cima de tudo....

14/01/14 - De Esperanza até Tres Cerros - 580 km, 7.720 desde Londrina

Saímos antes das 6 da manhã!!!!!!! Também, pudera, sem nem água para lavar o rosto...


Zero de vento por uns 50 km. Depois começou a aparecer, mas ainda de forma civilizada. Como da vez anterior (é a mesma estrada que une El Calafate até Río Gallegos), mais empurrou do que atrapalhou. Quando, perto de Río Gallegos, viramos para a esquerda, aí a coisa ficou feia. Vento prá valer! Não conseguíamos andar além de 60, 70 km/h. O consumo também subiu muito, tanto que a moto do Bruno chegou a acabar a gasolina pouco mais de 10 km antes de Comandante Luis Piedrabuena. Santo galão que levamos junto e que pela primeira vez usamos.


Durante boa parte desse trajeto víamos uma tempestade de areia chegando.



Até que ela nos alcançou em Tres Cerros, onde paramos para abastecer e comer empanadas. Pouco antes do posto cruzamos com alguns motociclistas brasileiros, que haviam parado aqui também. E, logo após uns minutos, ficamos sabendo por quem vinha atrás de nós que dois deles haviam caído devido ao vento. Aqui há um bom e barato hotel (340 pesos, uns 100 reais), com ÁGUA, wifi, Directv, etc. Pudemos tomar banho, fazer a barba, lavar roupa e comer um belo bife de chourizo. Apesar da ideia ser tocar mais uns 200 km ainda (até Caleta Olívia), resolvemos parar, pois em 2010 passamos por aqui nessa mesma situação e tocamos em frente... Foi a experiência mais assustadora que tive numa moto. Vejam o que escrevi na época (http://viajandodemoto-otavio.blogspot.com.ar/p/ushuaia-dezembro-2009janeiro-2010.html):

"... Até perto de Caleta Olívia, quando foram sumindo à medida que e vento foi dando as caras de novo e aumentando... E que vento... ouso dizer que foi até pior que os anteriores. Com o agravante de já ser noite cometemos a bobagem de querer ir até Comodoro Rivadávia para o Toni conseguir o selo CDF (dado ao motociclista que andar 1.000 km em 24 horas). O vento chacoalhava tanto, principalmente quando cruzávamos com caminhões, que por várias vezes achei que ia sair da estrada ou cair. Quando chegamos nem quisemos saber de comemorar o selo, tamanho o susto. Fomos direto ao hotel dormir...."

Alguém me disse (acho que foi a Kitty, na balsa de Porvenir até Punta Arenas, no Chile) que um estrangeiro, ao se referir à Patagônia, a definiu assim: "Ver o horizonte!". As fotos abaixo ilustram isso.




Amanhã vamos novamente ao Chile, andar um pouco na carretera austral.

15/01/14 – De Tres Cerros até Los Antiguos - 500 km, 8.220 desde Londrina


O dia amanheceu limpo e sem vento. As motos completamente empoeiradas. Com nossa tradicional enrolada para sair (pouco antes das 9), já havia um pouco de vento mas, assim como o frio, estava ‘civilizado’.

A paisagem já era conhecida, de retas quase sempre planas, sempre com o horizonte à mostra.


Tocamos até Fitz Roy, onde paramos para abastecer e entramos a esquerda, em direção ao Chile. Com o vento ainda calmo e agora em direção contrária, andamos  sempre plano, com infinitas retas.


Nesse trecho há muita extração de petróleo.


Nova parada para abastecimento em Las Heras e depois mais retas planas até próximo de Perito Moreno, onde o relevo começa a ondular e aparecem vales verdes. 


Depois de Perito Moreno aparece o lago Buenos Aires (assim como o vento), onde está Los Antiguos, já na fronteira com o Chile.



Um pouco antes a minha moto completou 40 mil km. Pausa para foto.



Em Los Antiguos ficamos no hotel Mora (610 pesos, uns 180 reais), com boa relação custo/benefício para o local, onde tudo é mais caro.


A vista do hotel é essa aí....


Depois de descobrirmos que não temos como pegar o barco de amanhã, que atravessa para Río Ibanez, já no Chile. Quem vier para cá, e quiser fazer a travessia, é bom verificar antes em www.sotramin.cl
Como compensação comemos um maravilhoso bife de chourizo. Amanhã vamos ter que voltar até Perito Moreno e dar a volta no lago pelo rípio.

16/01/14 – De Los Antiguos até Coyhaique (Chile) - 280 km, 8.500 desde Londrina



Saímos 8 e meia, de volta até Perito Moreno. Dia limpo, clima agradável, havia vento mas, além de aceitável, nos empurrou.




Abastecemos e saímos do asfalto, contornando o lago Buenos Aires, em direção ao Chile. Na estrada o rípio estava muito solto e com grandes pedras.





Por várias vezes assustamos, sambando para lá e para cá. A manha de andar em pé na moto ajuda muito nessas horas. Foram pouco mais de 80 km até a imigração/aduana argentina e mais uns 20 até Puerto Ibanez, onde o barco (que não conseguimos pegar) nos deixaria e onde fica a migração/aduana chilena. 






Depois da fronteira argentina, imaginei que a estrada ia melhorar, mas até piorou. Nesse trecho encontramos dois italianos que estão andando de moto O MUNDO TODO!




E o vento apareceu forte para ajudar... Valeu a pena passar esse sufoco? A resposta está aí abaixo...








Na aduana chilena tivemos que 'importar' as motos. Pode?



Almoçamos na beira do lago e seguimos por asfalto em direção a Coyhaique, e uns 40 km depois já estávamos na 7, a famosa carretera austral (http://pt.wikipedia.org/wiki/Carretera_Austral).

O trecho também é bem bonito, e começa a aparecer alguma agricultura.




Chegando em Coyhaique descobri que um retentor da suspensão dianteira estourou no rípio.




Amanhã vou tratar de ver o que se pode fazer. Estamos no hotel Loyola, bem no centro. 




A moça que nos atendeu morou 25 anos no Brasil e nos ajudou em tudo. Desde de fazer cambio de dinheiro, até na oficina de moto.

17/01/14 – De Coyhaique até La Junta - 280 km, 8.780 desde Londrina


Após saber que posso continuar a viagem com a moto assim mesmo (depois de consultar o Carlinhos, que adotei como responsável pela manutenção daqui para frente), e botar as contas em dia, saímos ainda de manhã com o chove e pára típico do clima daqui.




A estrada continua com asfalto, com lindas paisagens, até uns 50 km antes de Puyuguapi, um pequeno e badalado porto. Pena que estava chovendo e com nuvens baixas.






Daí fica mais bonita ainda e, apesar de ser de terra dá para andar bem na estrada, mesmo molhada. Os buracos é que incomodaram um pouco.







E o Bruno então conheceu o oceano pacífico.



Almoçamos num restaurante beirando o mar.




Abastecemos e continuamos mais uns 45 km, com alguns trechos já sendo asfaltados, até La Junta, região de turismo de aventura, onde dormimos numa pousada muito boa, por 80 dólares (Alto Melimoyu).










Amanhã voltamos para a Argentina pelo Paso Futaleufú.

18/01/14 – De La Junta até El Hoyo (Argentina) - 370 km (180 de rípio), 9.150 desde Londrina


Após tomarmos café da manhã acompanhados, fomos encarar mais quase 200 km de rípio. 80 ainda pela carretera austral, quase tudo em obras de asfaltamento, mais 80 até Fulatefú, na fronteira, e mais 40 até Trevellin, já na Argentina. Pedras soltas, buracos, poeira e lama foram constantes.








Na paisagem o que mais chama a atenção no trecho, sem dúvida, é a cor da água dos rios.











Já no asfalto o relevo com vales fica mais suave e vão aparecendo os campos de produção de frutas.





No fim do dia paramos para dormir numa 'cabana' (Anita), no km 1892,5 da ruta 40. 500 pesos. É uma propriedade rural de frutas e a dona nos brindou com uma amostra da sua produção.





19/01/14 – De El Hoyo até Zapala - 570 km, 9.720 desde Londrina


Seguimos passando por El Bólson, com a paisagem semelhante (vales, florestas, lagos e montanhas de picos com neve) e entramos em Bariloche para o Bruno conhecer. 


Depois fomos em direção à Villa La Angostura, onde a paisagem assume aspecto de deserto e o vento reaparece.


Logo após Villa La Angostura, entramos a direita na chamada estrada dos sete lagos, até San Martin de Los Andes. Também com belas paisagem e os últimos 30 km de rípio dessa viagem, espero. Foram uns 800 no total.





Em San Martin fiz uma ‘atadura’ no vazamento de óleo da suspensão dianteira, dica do Dr. Eduardo Nunes, motociclista profissional, e Médico Veterinário nas horas não vagas, que deve estar beirando quase 1 milhão de kms rodados com motos.

Daqui em diante já considero que estamos voltando... Fomos para Zapala, cidade em que o forte é a indústria de cimento e cal, onde a paisagem reassumiu o aspecto da vastidão patagônica. Ficamos num hotel tão ruim, que nem sequer o nome anotei, para NÃO recomendar.




20/01/14 – De Zapala até Ataliva Roca - 670 km, 10.390 desde Londrina


A ideia é ir até Buenos Aires (uns 1.300 km) em dois dias. A paisagem desértica continua sendo das planícies e retas sem fim.



Após o Rio Colorado, onde depois de XX dias saímos da Patagônia, o relevo continua parecido, mas o verde começa a reaparecer com mais vontade.



Pretendíamos dormir em Santa Rosa, mas paramos uns 50 km antes, pois uma grande tempestade se aproximava.


Acertamos em cheio. Uma hosteria muito boa (La Posta) em Ataliva Roca. 400 pesos (uns 125 reais), ar condicionado, wifi, garagem, café da manhã e um local bem tranqüilo.



21/01/14 – De Ataliva Roca até Colonia Del Sacramento - 710 km (55 de barco), 11.100 desde Londrina


Apesar da tempestade, que nos deixou sem luz e internet, o dia amanheceu limpo. Já quase sem pesos argentinos, tentamos abastecer com cartão de crédito em Santa Rosa sem sucesso. Em alguns aspectos a Argentina parou mesmo no tempo... Por pura sorte conseguimos trocar alguns dólares, em frente a uma casa de câmbio (fechada, apesar de estar no horário em que deveria estar aberta), com um cara que foi lá para comprar. Foi o melhor câmbio que fizemos (1 dólar = 10 pesos argentinos).
Durante todo o trajeto andamos sempre no plano e em retas.


Pecuária e agricultura é só o que se vê nesse trecho.



Um pouco antes de Buenos Aires o Bruno fez uma oferenda ao Gauchito Gil, em agradecimento à proteção recebida nas rutas argentinas. Virou devoto...


 Chegamos em Buenos Aires já anoitecendo...



E fomos direto ao terminal do Buquebus (barco), que nos levou até Colônia Del Sacramento, já no Uruguai. Quase 100 dólares por moto e passageiro. Antes de sairmos o Bruno aproveitou para dar uma espiada no Porto Madero.



Ficamos no mesmo hotel de quando viemos (Beltrán), só que por 95 dólares, ao invés dos 125 da outra vez.


22/01/14 – De Colonia Del Sacramento até Bagé/RS/Brasil - 640 km, 11.740 desde Londrina


Só pouco antes do meio dia é que conseguimos sair, pois fomos dormir 5 da manhã (o barco atrasou um monte).


Resolvemos ir pelo meio do Uruguai, para conhecer um pouco do interior. Basicamente só pecuária, um pouco de agricultura e reflorestamento. Vida interiorana, bem simples e tranquila.







No trecho o relevo é plano, passando para suavemente ondulado.



Alguns trechos com pedágio, mas motos não pagam.


Passamos a fronteira rapidamente, já no anoitecer.



Sem querer parecer ufanismo, mas até o verde me pareceu mais intenso quando cruzamos a fronteira.


Em Bagé ficamos no hotel City que, apesar de antigo, está bem conservado e com tudo funcionando direitinho. 140 reais.

23/01/14 – De Bagé até Realeza/PR - 810 km, 12.550 desde Londrina

Não saímos muito cedo porque aproveitei a estada e fiz uma sessão de terapia com o analista. De Bagé. Estava meio preocupado com o meu típico comportamento grosseiro, mas ele afirmou que bagual é assim mesmo e, como tratamento, disse: "Te fresqueia", me aplicando um joelhaço...


Dia claro e prometendo calor. Na estrada a paisagem vai do predomínio da pastagem, para agricultura (primeiro arroz e depois um mar de soja - os gaúchos plantam até na beira da estrada...) e o relevo vai ficando cada vez mais acentuado.







No Oeste de Santa Catarina, assim como no do Paraná, há muita produção de suínos e aves. Só pelo cheiro é fácil de perceber...
Como está muito calor não estou usando jaqueta, somente a 2a pele. Toda noite a lavo para retirar a poeira e a fuligem da estrada. Pela cor da água da lavagem dá para ter uma ideia da sujeira.


Amanhã chegaremos em casa.

24/01/14 – De Realeza até Londrina - 480 km, 13.030 desde a saída, 30 dias atrás. Chegamos!!!

Para variar, passei mal do sistema digestivo na véspera da chegada... Acho que é o corpo dizendo já chega, ou então quero mais...


De Realeza até Cascavel a paisagem é semelhante à anterior, inclusive com o cheirinho da suinocultura.... Destaque para o Rio Iguaçu, pouco antes de desaguar nas cataratas.


De Cascavel em diante (já com o tempo armando chuva) o trecho já é nosso velho conhecido e, nessa época, outro mar de soja.


Pouco depois de Campo Mourão toda a chuva que não pegamos nesses 30 dias caiu de uma vez, portanto, daí em diante não foi mais possível tirar fotos. Foi muita água que até lavou as motos, para tristeza do Bruno que queria exibir a dele por uns dias toda suja, como troféu da viagem.


Chegamos 17:30 hs. molhados e imundos. Fui direto tomar banho e cama, pois ainda estava bem ruim da noite anterior.



Foram mais de 13 mil km nesses 30 dias. Muito calor, frio (até neve), paisagens diferentes, etc. O mapinha aí abaixo dá uma ideia por onde andamos.


Mais uma vez agradeço pela companhia de vocês todos(as), e especialmente ao Bruno, grande parceiro! Abreijos

Um comentário:

  1. Parabéns pela coragem, determinação e, acima de tudo, pela belíssima aventura.

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